Defensor histórico do que deve ser justo

As defesas realizadas pelo bretão Yves Hélory de Kermartin durante o século XIII entraram para a história. Por serem consideradas inteligentes e inéditas, além de beneficiarem gratuitamente pessoas sem recursos, as atuações nos tribunais tornaram Yves uma das pessoas mais bem quistas e estimadas de sua época. Santo Ivo, como é conhecido mundialmente, nasceu em 17 de outubro de 1253 em Tréguier, onde também faleceu, no dia 19 de maio de 1303. Por sua trajetória foi canonizado em 1347. O padroeiro dos advogados estudou teologia, direito civil e canônico e, além de defensor, também exerceu funções de sacerdote e juiz.
Inovador em seu tempo, instituiu a justiça gratuita e a conciliação. Sobre esta segunda, afirmou-se durante o processo de canonização que dois a cada três processos que julgava fazia-os terminar sem ódios e lutas, mas com “corações iguais”. Doutor Ivo também criou a primeira associação de advogados no mundo – esta com o objetivo de assistir aos pobres, viúvas, órfãos, estudantes sem recursos, cruzados e qualquer pessoa que não pudesse pagar pelos serviços de um defensor.

Paralelamente à trajetória no Direito, tornou-se franciscano e tal era seu desprendimento que chegou a doar objetos pessoais aos pobres. Ao morrer, inclusive, deixou tudo o que tinha para o hospital e capela de Kermatin, ambas cedidas à região por ele. O conhecimento que desenvolveu nos longos anos de estudos e características de sua personalidade, como bondade e sagacidade, foram fundamentais para que Santo Ivo fizesse defesas memoráveis.

Uma delas ganha destaque nos livros. Mesmo apontada como misto de lenda e realidade, a ‘estória’ dá noções do tom utilizado pelo defensor nos tribunais. Um homem pobre fora acusado de beneficiar-se dos odores que vinham da cozinha de um rico e poderoso, que era seu vizinho. O acusador dizia que o réu o prejudicava, por postar-se à frente da janela da cozinha para sentir o cheiro dos preparados. No momento de falar, doutor Ivo, em defesa do réu, sacou moedas de uma bolsa de couro usada naquele tempo. Reuniu-as nas mãos, em formato de concha, e mostrando-as a todos, principalmente ao queixoso e ao juiz, disse (enquanto se ouvia o tilintar das moedas): “Este homem aspirou o odor de seus alimentos! Pois paga com o tinidos destas moedas!”, afirmou. “O som puro paga o bom odor, pois não?!”. E assim concluiu, em meio a gargalhadas do público – inclusive do juiz.

 

Ivos, Ivetes, Ivans…

Fora os advogados, Santo Ivo também é patrono dos estudantes de direito, todos os servidores da Justiça e, inclusive, daqueles que levam nomes semelhantes. É que, após sua morte, inspirou pais por toda a Bretanha. E então veio uma febre de crianças chamadas Ivos, Ivones, Ivans, Ivonetes, Ivetes, entre outras variações.

Todas as informações desse texto foram retiradas do livro “Santo Ivo – Patrono dos Homens da Justiça”, de Arthur de Castro Borges.

 

Missa

Para os dirigentes da Secional paulista, a tradicional missa em homenagem ao patrono da advocacia é um momento de reflexão sobre o papel do advogado no mundo contemporâneo e de seu compromisso com a Justiça e cidadania.
A Missa de Santo Ivo acontecerá no próximo dia 19 de maio, às 19 horas. A realização do evento é da OAB SP, Associação dos Advogados de São Paulo (AASP) e Instituto dos Advogados de São Paulo (IASP).

 

Serviço: 

Missa de Santo Ivo
Local: Largo da Batalha, 189 – Ibirapuera
Data: 19/05/2015
Horário: 19h

Fonte: oabsp.org.br

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