Estranhos sinais de rádio captados em estrela a 11 anos-luz

Estranhos sinais de rádio captados em estrela a 11 anos-luz               

Cientistas alertam que transmissão de uma civilização extraterrestre é uma das hipóteses mais remotas, mas não a descartam a possibilidade.

Ross 128 é uma estrela anã vermelha situada a somente 11 anos-luz do Sol, cerca de 2.800 vezes menos luminosa que este, e onde ainda não foram encontrados planetas em órbita. Contudo, o radiotelescópio de Arecibo, em Porto Rico, de 1.000 pés de extensão, ou 305 metros, captou o que os cientistas descrevem como “sinais muito peculiares” vindos desse sistema. Conforme afirma Abel Mendez, diretor do Laboratório de Habitabilidade Planetária da Universidade de Porto Rico: “Os sinais consistem de pulsos quase periódicos e não polarizados, com características de forte dispersão”.

O cientista ainda acrescenta: “Acreditamos que os sinais não são interferências locais de radiofrequência, pois eles são únicos a Ross 128, já que observações de estrelas próximas a ela, imediatamente antes e depois da captação, não mostraram nada similar”. Os sinais foram descobertos em um período de dez minutos nos quais o radiotelescópio ficou apontado para a estrela. Arecibo é muito utilizado em observações do programa de Busca por Inteligência Extraterrestre (SETI), e também na observação de galáxias distantes, além de emitir ondas do tipo de radar para estudar asteroides próximos à Terra.

Três explicações para os sinais se encontram entre as mais prováveis conforme os cientistas: emissões solares do tipo flare de Ross 128; emissões de outro objeto cósmico no mesmo campo de visão da observação, que é muito grande no radiotelescópio de Arecibo; e algum tipo de transmissão de um satélite em órbita da Terra, passando próximo ao campo de detecção do telescópio. Contudo essas explicações têm problemas, pois flares desse tipo emitem sinais em frequências mais baixas. Mendez aponta que não existem outros objetos próximos a Ross 128 que pudessem ser os responsáveis, e pulsos como os captados nunca foram observados em qualquer satélite. E Mendez ainda alerta: “Caso esteja pensando na possibilidade de uma civilização alienígena, esta explicação tem probabilidade muito menor que outras mais viáveis”.

Uma nova campanha de observação de Ross 128 e seus arredores deveria começar em 16 de julho com o radiotelescópio de Arecibo. Abel Mendez diz: “Sucesso seria encontrar o sinal de novo, se não encontrarmos nada o mistério irá se aprofundar”. Outros radiotelescópios, de acordo com ele, talvez não sejam sensíveis o bastante para captar os sinais, com exceção do imenso radiotelescópio Fast, da China. Contudo, este ainda não está operacional pois está passando pelo processo de calibragem. O SETI pretende utilizar seu Arranjo de Telescópios Allen, uma rede de 42 antenas, para observar Ross 128, e Seth Shostak, astrônomo sênior do Instituto SETI, afirmou acreditar que os sinais se devem a interferência terrestre. Arecibo estava sendo utilizado para analisar anãs vermelhas a fim de entender sua atividade e como podem abrigar exoplanetas habitáveis, além de buscar por mundos alienígenas ainda não descobertos. Abel Mendez escreveu no Twitter em 17 de julho que haviam captado importantes informações na observação de Ross 128, e espera-se para breve uma resposta para este mistério.

FONTE: Revista UFO


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