Governo central tem déficit primário de R$ 38,3 bi em novembro

Resultado foi o pior desempenho para o mês desde 1997; no acumulado do ano, déficit foi de R$ 94,158 bilhões, também o pior resultado da série

 

BRASÍLIA – Com a atividade econômica baixa e recuo no pagamento de tributos, o governo central registrou um déficit primário de R$ 38,356 bilhões em novembro, o pior desempenho para o mês em toda a série histórica, que tem início em 1997. O resultado reúne as contas do Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central.

 

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Entre janeiro e novembro deste ano, resultado primário também foi o pior da série

O resultado de novembro veio pior do que as expectativas do mercado financeiro, cuja mediana apontava um déficit de R$ 35,600 bilhões, de acordo com levantamento do Projeções Broadcast junto a 18 instituições financeiras. O dado do mês passado ficou dentro do intervalo das estimativas, que variava de um déficit de R$ 12,400 bilhões a R$ 55,000 bilhões.

 

Entre janeiro e novembro deste ano, o resultado primário foi de déficit de R$ 94,158 bilhões, também o pior resultado da série. Em igual período do ano passado, esse mesmo resultado era negativo em R$ 54,107 bilhões.

 

Em 12 meses, o governo central apresenta um déficit de R$ 100,4 bilhões. O valor desconsidera o pagamento de R$ 55,6 bilhões em passivos, realizado em dezembro de 2015 e que não irá se repetir.

 

A meta fiscal para este ano é um déficit de R$ 167,7 bilhões nas contas do governo central – isso porque a União já anunciou que vai compensar a frustração do resultado dos Estados e municípios. No agregado, a meta para o setor público é negativa em R$ 163,9 bilhões.

 

Receitas. O resultado de novembro representa alta real de 1,9% nas receitas em relação a igual mês do ano passado. Já as despesas tiveram alta real de 9,7%. No ano até agosto, as receitas do governo central recuaram 2,7% ante igual período de 2015, enquanto as despesas aumentaram 1,0% na mesma base de comparação.

 

Já os investimentos do governo federal caíram a R$ 47,042 bilhões de janeiro a novembro de 2016. Desse total, R$ 28,369 bilhões são restos a pagar, ou seja, despesas de anos anteriores que foram transferidas para 2016. Em igual período do ano passado, os investimentos totais haviam somado R$ 49,521 bilhões.

 

Os investimentos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) somaram R$ 2,976 bilhões em novembro, alta real de 23,2% ante igual mês do ano passado. Já nos onze meses do ano, as despesas com o PAC somaram R$ 31,817 bilhões, recuo de 16,2% ante igual período de 2015, já descontada a inflação.

 

Fonte: Estadão


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