O furor das urnas e a Taxa de Iluminação

O ruído continua estrondeante e o resultado, ao menos para prefeito, foi o previsível. Nada poderia mudar oito anos de uma administração pública que nunca conseguiu passar de medíocre para razoável. Pois, se começou com um estelionato eleitoral ao afirmar o que sabia que nunca faria, foi reeleita por WO em 2012.

 

A vitória da ‘oposição’ já era esperada antes mesmo do início da campanha, só não era aceita pelos asseclas da atual administração, que se especializou em contratar puxa-sacos e se tem uma qualidade intrínseca a todo puxa-saco, esta é a incompetência. Mas é ‘do jogo democrático’ contratar subalternos dos partidos quando se vai para uma eleição com uma coligação sem fim.

 

Em recente entrevista, o atual prefeito – a quem prefiro chamar de Odorico, pois viveu em uma cidade imaginária durante os últimos quatro anos – declarou que a derrota foi pelo curto tempo de campanha, aparentemente aderindo a máxima nazista que diz que “uma mentira repetida mil vezes se torna verdade”, assegurando ter sido essa a parábola que usou para se eleger duas vezes.

 

Mas o que chama a atenção mesmo foi a eleição para a nova Câmara de Vereadores, agora com 19 cadeiras. Não bastasse a vitória do futuro prefeito, sua coligação, ainda maior que a do adversário, com 12 partidos, fez 13 cadeiras, assegurando ao novo prefeito todas as condições necessárias para a futura ‘governabilidade’, facilitando, inclusive, descartar partidos acessórios – aqueles que não elegeu nenhum vereador – na formação do novo governo.

 

Se a população assim o quis ao colocar todos os ovos numa mesma cesta, certamente espera que as promessas de campanha sejam facilitadas em suas aprovações, pois o futuro prefeito não terá dificuldades em aprovar o que prometeu, como a imediata eliminação da Taxa de Iluminação, por exemplo.

 

A considerar o que prometeu Odorico, que também teve a maioria absoluta quando instituiu a Taxa, espera-se que o futuro prefeito comece exatamente por aí, não só porque foi contrário à sua criação enquanto vereador, mas por frisar todas as vezes em que teve oportunidade, que este seria o primeiro ato do seu governo.

 

Depois do furor nas urnas no último domingo, resta ao eleitor esperar que – ao contrário do exemplo de Odorico, quando prometeu acabar com o contrato da PPP do DAAE e não o fez – Juninho da Padaria acabe com a vergonha que é a Taxa de Iluminação, sabendo o eleitor que se depender dos futuros vereadores para cobrar do prefeito essa promessa de campanha, corre o risco de sentir saudades do Odorico à frente da administração.

 

Carlos Marques
03/10/2106


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