OS MISTERIOSOS TÚNEIS DE RIO CLARO – PARTE 4 A REDE DE TÚNEIS REALMENTE EXISTE ! IMPORTANTE DEPOIMENTO REVELA NOVOS DETALHES

OS MISTERIOSOS TÚNEIS DE RIO CLARO – PARTE 4

A REDE DE TÚNEIS REALMENTE EXISTE !

IMPORTANTE DEPOIMENTO REVELA NOVOS DETALHES

Dando continuidade na matéria “Os misteriosos Túneis Secretos de Rio Claro”, para a Revista Eletrônica Rio Claro Online, conseguimos pesquisar e obter um importantíssimo depoimento realizado em maio de 2013 pelo senhor Leandro José Martinez onde, numa linguagem clara, objetiva e muito sincera, novos fatos são apresentados, tudo conduzindo a realidade da existência de uma rede de túneis no subsolo de Rio Claro.

Leiam na íntegra esse importante depoimento:

“Nos anos 50, mais precisamente 1958, eu estava com 12 anos e frequentava a sede dos escoteiros que ficava na esquina da Avenida 3 com a Rua 6, onde hoje está o Edifício Iracema.

Em uma ocasião festiva estávamos elevando uma torre de varas de eucaliptos. Quando ao furar o chão para fincar uma das varas, a cavadeira bateu em algo que parecia uma carreira de tijolos, então o saudoso Dr. Mendonça, que era o escoteiro, e eu seu amigo inseparável, o ajudava na tarefa, temeroso por ele ter quebrado os tijolos, e aquele buraco ter se alargado, que conseguimos avistar como um corredor largo e profundo. Entramos na sede para levar ao conhecimento do chefe dos escoteiros, outros escoteiros que se encontravam lá dentro jogando sinuca, e em outra mesa ping-pong, nos alertaram para cobrir rapidamente antes que chefe chegasse, pois aquele túnel poderia ser a rede de esgoto e o Mendonça seria expulso. Se não me falha a memória, houve uma brincadeira pelo Paul Roth, “o baixinho não sabe nadar e ele afundar no buraco nos vamos encontra-lo lá no brinquinho” (local onde desaguava o Córrego da Servidão).

Realmente, ficamos impressionados pela largura e profundidade daquele “esgoto”. Como eu trabalhava como aprendiz na Fábrica de Calçados Lincoln, que pela rua 6 fazia fundos com a sede, lá encontramos algumas ripas e papelão, fechamos o buraco e voltamos a cobri-lo com terra, mudando a localização das pernas da torre, o que causou uma advertência do chefe designado pelo Sr. Raul, pela torre ter sido montada fora do local indicado. Todos ficaram quietos e não mencionaram o ocorrido, recordo-me ainda que por conta do dito buraco o Mendonça teve que suprir sozinho, as latas de salsichas no acantonamento, que foi realizado na sequencia para os colegas não o entregarem.

Passado algum tempo, frequentávamos a Igreja da Boa Morte, e após as rezas ficávamos um bom tempo conversando com o Sr. Alexandre, zelador, e que morava ao lado da Igreja. Numa dessas ocasiões, comentei o ocorrido da abertura acidental do esgoto e que quase caímos dentro dele por seu tamanho, ele interpelou “onde foi isso?”, eu respondi “ali onde era a casa do Dr. Colli, Avenida 3 com a Rua 6”.

Ele prontamente respondeu “na esquina da farmácia?” respondi “no lado de cá onde é a sede dos escoteiros”.

“Quem mais ficou sabendo disso?”  e eu respondi “eu, meu colega Mendonça e uns quatro escoteiros, mas somente um viu o buraco e nos ajudou fechar e cobrir com terra”.

O senhor Alexandre então disse “aquele buraco aberto não é e nunca foi esgoto, agora eu preciso fechar a igreja, a filha do Brochini já está saindo, amanhã vai começar a quermesse traga seu amigo que eu vou mostrar uma coisa pra vocês”.

No dia seguinte fui na casa do Leãozinho, apelido que tratávamos o Roberto Mendonça e combinamos nos encontrar na Boa Morte. Assim aconteceu. Procuramos o Sr. Alexandre e ainda o ajudamos a carregar as prendas nas barracas da quermesse. Outros colegas se juntaram a nós. Sentamos no salão e ficamos aguardando. Dali a pouco vem o Sr. Alexandre, carregando um rolo de papel, andava ele lentamente devido a deficiência que tinha numa das pernas e foi dizendo:

“Esta minha perna é assim por causa de acidente que sofri na CARACÚ” e começou a desenrolar o papel e o estendeu em cima de um banco. O papel era um traçado a lápis. “Olha, aqui era o Cemitério (Rua 7 – Grupo Escolar Joaquim Salles)”, então eu disse “isto eu já sei, estudava lá quando construíram o refeitório e acharam um monte de esqueletos”.

“Vai ouvir ou vai atrapalhar ?” ele respondeu e continuou “Aqui o cemitério, onde é a Cadeia (hoje Fórum), aqui era a Casa da Baronesa (hoje Bayeux), de lá saí um tunel que passa em baixo da praça, encontra outro que sai de baixo da matriz desce do lado da rua 6 até o hospital. que ficava no meio do quarteirão entre avenida um e dois”. E prosseguiu “quando construíram o Variedades soterraram o túnel que passava em baixo. Do hospital o túnel desce pela Avenida 2 e passa em baixo do casarão do Otto Jordan, que era o coletor de impostos (hoje o Museu Histórico)”

Alguém então perguntou ao senhor Alexandre “como o senhor sabe disso ? quem fez esse desenho ?”

O senhor Alexandre então respondeu “esse desenho não fui eu que fiz, me foi dado pelo pedreiro Italiano que construiu também a Igreja da Santa Cruz, e o alemão que fizeram a chaminé da CARACUÚ. Acharam o túnel entraram nele, e ele sai do Casarão e vai em direção ao Mercado, que era Quartel naquela época. Inclusive a CARACÚ, usou parte dele para atravessar a Avenida 4 eu acho”

Agradecemos o Sr. Alexandre, e fomos curtir o resto da quermesse.

Passou o tempo. Onde era o dito hospital, passou a ser o consultório do Dr. Takara que vendeu o prédio para o Sr. Saraiva (da Imobiliária Saraiva), e ao reformar o prédio para construir a garagem, aconteceu, desmoronou, e o pedreiro achou um salão com uma passagem vindo pela rua 6 e outra saindo em direção da avenida 2. Como todos os colegas, principalmente a turma do Gato Preto, a noticia correu e tivemos a oportunidade, juntamente com o Saraivinha (filho de Irineu Saraiva) descer dentro do salão que era revestido de pedras cinzas de calcário e as saídas das passagens eram iguais as que aparecem nas fotos.

Todos que tiveram conhecimento deste túnel, imaginam que sua existência se deu como rota de fuga pela ligação com o hospital e o Quartel”.

Fonte: Depoimento do senhor Leandro José Martinez em 02 de maio de 2013 no grupo Rio Claro Retrô no Facebook

Continuem acompanhando. Nos próximos artigos estaremos apresentando as opiniões de pessoas de credibilidade, pesquisadores acadêmicos, arqueólogos que estudaram o caso, e de pessoas que apresentam fatos e evidências em bases racionais e lógicas desse caso extremamente misterioso e polêmico.

Jenyberto Pizzotti para Rio Claro Online

www.rioclaroonline.com.br

jenyberto@yahoo.com.br

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Em seguida, a lista descritiva dos locais enumerados no mapa.

01 Prédio (antiga Imobiliária Saraiva) onde na década de 90 foram iniciadas escavações, em seguida as entradas e passagens foram lacradas

02 Residência do Barão de Porto Feliz (construído -1864) / atual cine/foto

03 Antigo Hotel dos Reis (DESTRUÍDO) / atual Imobiliária

04 Cine Teatro Variedades (construído – 1912) / atual supermercado

05 Residência Família Negreiros (DESTRUÍDO) / atual estacionamento

06 Residência do Barão de São João de Rio Claro (construído – 1865) – atual Escola Marcelo Schmidt

07 Gabinete de Leitura (construído – 1890)

08 Solar do Barão e Baronesa de Dourado (construído – 1863) (DESTRUÍDO/Restaurado) – atual Museu

09 Antiga Prefeitura (DESTRUÍDO) / atual estacionamento

10 Antiga Loja Maçonica – atual Loja Maçonica

11 Residência de Siqueira Campos (construído – 1868) / atual Casa da Cultura

12 Residência Família Fontes (construído – 1937) – Casa de Ulisses/Puríssimo

13 Igreja Matriz (construído – 1828 / reformado – 1869)

14 Residência Família Almeida Santos (construído – 1910)

15 Colégio Puríssimo (construído – 1909)

16 Escola Cel Joaquim Salles (construído – 1900) / antigo Cemitério

17 Antiga Cadeia Municipal (DESTRÍDO) / atual Fórum

18 Residência de Dna Luisa Botão (construído – 1899) / atual Escola Bayeux

19 Prédio Família Pires (DESTRUÍDO) / atual Farmácia

20 Antigo Teatro São João/ Teatro Phenix (DESTRUÍDO) / atual loja de calçados

21 Residência Família Dr. Coelho (DESTRUÍDO) / atual Banco Itaú

22 Residência Família Mazziotti / Família Cartolano (DESTRUÍDO) / atual farmácia

23 Residência Família (?) – frente Prefeitura –  (DESTRUÍDO) / atual estacionamento

24 Residência Família Timoni (DESTRUÍDO) / atual estacionamento

25 Residência Família Cel Marcello Schmidt / Família Dr. Ruy (DESTRUÍDO) / atual estacionamento


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