OS PROFESSORES DOS POBRES, EM GREVE

Por Sérgio Lima Saraiva

Neste momento os professores paulistas estão em greve.

Entenda, os professores da rede pública de ensino, os professores dos pobres.

Achei importante avisar, pois há uma semana com essa greve e é como se ela não existisse para os meios de comunicação. A exceção foi a Folha que trouxe um editorial colocando que o problema da educação paulista são os professores. Irresponsáveis e relapsos tais professores. Até aqui nenhuma novidade, típica e alinhada visão de um jornal conservador a um governo igualmente conservador do PSDB. Os pobres são responsáveis pela pobreza, os doentes pela doença, os desvalidos pela própria existência. No mais é silêncio.

Veja como é sintomático que no seu blog, onde já discutimos de tudo um pouco, sendo a educação algo tão importante, nada tenha sido tratado. Desculpe amigo, pelo menos não percebi.

Os professores são os mais novos integrantes da classe dos não-pessoas, existem, mas não são notados.
Neste instante o governador José Serra, via decreto, está implementando a “mais-valia” nas relações entre o estado e os professores não concursados.

Alguns desses professores (professoras na sua maioria) estão a mais de 20 anos prestando serviços em caráter temporário. Perceba, o contra-senso da frase acima. Nesse tempo, nada ou quase nada foi investido no seu desenvolvimento profissional.

Pois bem, agora correm o risco de serem descartados como laranjas chupadas para serem substituídas por sangue fresco.

Sangue esse que será sugado até o momento de novo descarte.

A isso chama-se exploração. A isso o governo Serra está chamando de melhoria no ensino.

Por Andre Araujo

Há nitidamente uma visão utilitarista da educação, típica de economistas quando administram a area. Nessa visão, a meta da educação é treinar para o mercado de trabalho.. As avaliações iniciadas no periodo Paulo Renato (um economista) se inserem nessa linha de educação-função de mercado. A linha tradicional do que já foi um bom sistema de educação pública (do Estado de São Paulo) era muito mais ampla, a educação vista como preparação não só para o mercado de trabalho mas tambem para a cidadania, a educação vista como a tarefa mais alta do Estado.

No rastro dessa visão economicista destrui-se um sistema bastante bom, bem lembrado por aqueles hoje com 60 anos que cursaram bons cursos primários e excelentes Ginásios do Estado, melhores que a maioria das escolas privadas da época. Esse nivel de excelencia era assegurado por disciplina, prestigio dado aso professores, boa gestão do sistema. Os salários eram melhores do que hoje mas nunca foram excepcionais. Os Estados, como Minas Gerais e Rio de Janeiro, que mantiveram uma estrtura mais tradicional, gerida por educadores, conseguiram niveis muito melhores do que SP no ultimo ENEM.

Realmente, a sucessão de maus administradores na educação paulista parece ter sido a causa principal. Covas geriu bem as finanças mas demitiu toda a guarda das escolas publicas, a cargo do Baneser. Iniciu-se ai a violência intra-escolar, seguida da indisciplina destrutiva que é hoje corroe por dentro as escolas paulistas.

Fonte: blog do Nassif

http://bogdopaulinho.blogspot.com.br/2008/06/os-professores-dos-pobres-em-greve.html

Postado por  Paulo Cavalcanti


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