Sobre a luta que é de todos

Este texto é dirigido a todos que se intitulam progressistas, com toda a carga polissêmica, para não dizer fluida, que o termo possa ter. Vamos parar de atacar aqueles que apoiaram Jair Bolsonaro ou colaboraram para a sua eleição, mas que agora enxergam o quão intolerável é a sua permanência no cargo. Louvemos a disposição dessas pessoas em verbalizar arrependimento e indignação e de aderir à luta pela preservação das instituições e da democracia.

 

O protagonismo dessa luta, tão prioritária, não é de um único líder, de um único partido; não é da oposição, da esquerda, do centro ou da direita. São protagonistas dessa luta todas as pessoas que não querem ver o país sujeito aos desmandos de um homem desqualificado, irresponsável e descomprometido com os valores fundamentais do Estado de Direito.

 

Não reconhecer o bom combate de quem pensa diferente, neste momento, é cair na armadilha da desagregação e diminuir a potência daquela que pode ser a luta pela nossa sobrevivência e pela preservação dos nossos direitos mais elementares. Esta é uma luta que precisa unir progressistas, moderados e conservadores; liberais, ultradireitistas, socialistas e comunistas; coxinhas e mortadelas; isentões e anarquistas.

 

Para isso, alguns haverão de recuar, outros haverão de emergir. Nessa luta, não haverá espaço para vaidades nem para a construção de heróis ou mártires. Não haverá tempo para revisionismos, autocríticas ou julgamentos sumários entre os que terão se unido. Todos, em algum momento imperfeitos em suas escolhas, bandeiras ou estratégias, seremos apenas sobreviventes: aqueles que terão ficado no lado certo da história. E então, vencedores que seremos, estaremos fortes e prontos para retomar as batalhas que até aqui nos colocaram em lados diferentes. Com dignidade, coragem e caráter. Vamos à luta.

 

 

Por Gisele Rodrigues

Jornalista e Professora


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