Vitória dos estudantes: Justiça nega reintegração de posse das escolas

Os estudantes que estão ocupando dezenas de colégios, contra a medida do governo Alckmin de fechar 92 escolas, obtiveram uma vitória. Em audiência que ocorreu na manhã de segunda-feira (23) no Palácio da Justiça, na capital paulista, a decisão foi de não acatar o pedido de reintegração de posse feito pelo governo tucano, por entender que o mesmo não dialogou com a sociedade antes de encerrar as atividades nos colégios, qualificando as ações das ocupações como legítimas.

 

Por Laís Gouveia

Angela Meyer (Upes) e  Camila Lanes (Ubes)
Angela Meyer (Upes) e  Camila Lanes (Ubes)

 

A presidenta da União Paulista dos Estudantes Secundaristas (Upes), Angela Meyer, afirmou que o movimento continuará até que Alckmin ceda em sua medida de desmonte educacional. “Nossa proposta é bem simples: Não permitiremos nenhuma escola fechada e queremos debater de maneira ampla a proposta de reorganização, mas o Alckmin finge não entender. Podem tentar reintegrar, mas vamos ocupar e resistir!”, afirma.

 

Camila Lanes, recém-eleita presidenta da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), está há dias percorrendo várias escolas ocupadas e afirma que, sem democracia, não há conversa. “Não existe possibilidade de fechar qualquer escola em São Paulo, os secundaristas querem diálogo, não decisões imediatistas e irresponsáveis. E também declarado que, se a PM reintegrar uma escola, vamos ocupar mais duas!”

 

Na última quinta-feira (19), em audiência pública realizada no Tribunal de Justiça, o governo Alckmin apresentou uma proposta de temporariamente pausar a ação de fechamento das escolas. Setores do movimento social ligados à educação denunciaram a estratégia tucana de pausar o plano de encerramento das atividades nos colégios, alegando que a pausa seria para desmobilizar os estudantes que ocupam e resistem nas escolas.

 

O projeto, intitulado “reorganização escolar”, lançado pelo governo Alckmin na calada da noite, na prática, tem o intuito de intensificar a privatização educacional que há 20 anos é executada por gestões tucanas. Especialistas denunciam que, por trás do discurso de melhorar a eficiência do sistema educacional paulista, há o compromisso de favorecer setores privados, como exemplo, as escolas particulares, que se beneficiarão com a oferta menor de matrículas em colégios públicos.
As ações contra o projeto de reorganização escolar vêm ganhando cada vez mais força e apoio por de diversos setores da sociedade e do movimento social. Cerca de 1.500 professores de disponibilizaram para dar aulas gratuitas nos colégios ocupados e o Movimento Sem Terra ( MST) doou 100 litros de leite e alimentos para os estudantes que resistem em seus colégios.
Os estudantes que se organizam em vários grupos para a manutenção das suas atividades nas escolas estão pedindo doação de alimentos para seguirem a rotina de ocupações. As doações podem ser feitas nas sedes das entidades estudantis, em São Paulo, além dos colégios ocupados.

 

 

Fonte: Portal Vermelho


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